Infinitude na Flor (Duy Huynh) |
Nascemos, crescemos, aprendemos, e construímos. Todos passamos por estas fases nas nossas vidas, mas qualquer um de nós chega a um ponto em que se sente perdido, ou pelo menos questiona-se acerca da nossa maneira de ser enquanto ser humano, do que está certo ou do que está errado em nós e no mundo. O que define o que está certo ou está errado?
A ética resume-se à acção de fazer o bem, de agir com o coração, fazer bem ao próximo com bondade genuína. Não só na acção isolada, mas sim adoptando-a como uma forma de vida.
Alguém já se sentiu bem ao fazer o que está errado? Não. Daí podemos concluir que fazer o bem, não só proporciona bem estar no próximo como em nós mesmos. Quando agimos de acordo com o nosso coração, estamos a criar equilíbrio entre corpo e espírito, e é aí que reside a harmonia. Viver de forma ética é viver em harmonia, afastando-nos assim do mal-estar e do sofrimento. É daqui que surge a felicidade permanente em detrimento da felicidade efémera, que nos ilude e que nos cria um sofrimento acumulador ao longo da vida.
No nosso dia-a-dia deparamo-nos constantemente com estímulos ou situações que corrompem o acto ético. Não podemos controlar os acontecimentos que nos são externos, mas parte de nós empenharmo-nos em sermos altruístas e sermos a nossa própria mudança e quem sabe, a dos outros. Os estímulos externos, como a música, a dança, e muitos outros com que nos deparamos diariamente, proporciona-nos uma felicidade momentânea, efémera, como uma droga, mas que logo termina. Por isso, a felicidade não vem de todo da satisfação imediata dos sentidos.
Dalai Lama citou um escritor Indiano, dizendo: Satisfazer nossos sentidos e beber água salgada são coisas semelhantes: quanto mais as fazemos, mais crescem nossos desejos e nossa sede. Ele continua, dizendo: E descobrimos que grande parte daquilo que chamei de sofrimento interior pode ser atribuída à nossa forma impulsiva de buscar a felicidade. Quando agimos para satisfazer os nossos desejos imediatos sem levar em conta os interesses dos outros, solapamos a possibilidade de uma felicidade duradoura.
Por isso é correcto dizer que a nossa harmonia não está fora de nós, mas sim daquilo que temos de bom e o explorarmos para benefício de todos: amor, bondade, compaixão, e todas as formas de altruísmo. E só a escolha da nossa atitude perante a vida nos pode cultivar essa harmonia, precavendo-nos do que nos prejudica e cultivar o que nos enaltece nesse caminho.
Devemos procurar o nosso caminho, fazendo uma auto-análise, procurar as nossas ferramentas, reflectir e cultivar diariamente o que temos de melhor: a ética, que nos indica sempre o bom caminho.
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