Evitrinne Amor à Saúde: Corpo de dor: a origem dos conflitos

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Corpo de dor: a origem dos conflitos

Nursery Rhymes: Little Miss Muffett III (Paula Rego, 1989)
Quem nunca se sentiu em conflito com alguém ou uma situação sem motivo aparente, ou que depois se arrependeu porque afinal foi um impulso que surgiu do nada? Qual a origem desses episódios?

Todos nós temos um passado que definimos como memórias. Estas ajuda-nos no presente e a prevenir o futuro. É com os erros e vivências passadas que nos vamos também construindo e aperfeiçoando. Até aqui compreendemos que as memórias (mente) são um instrumento que usamos para o nosso dia a dia. 

Quando surge o problema? Quando esta memória deixa de ser um instrumento e um recurso para soluções presentes e passa a dominar o nosso presente, como se vivêssemos esse passado diariamente. Deixamos assim de viver o presente e passamos a viver repetidamente o passado.

Viver constantemente este passado acarreta mais problemas, porque ao viver o passado deixamos de viver, de construir, de criar, fixando a nossa mente em algo que não existe mais. Viver é criar e recriar... e o passado não é mais criador. Ele é o que é. Nada se pode modificar lá no passado. Só o presente é criador. 

A esse passado em que insistimos reviver chama-se corpo de dor. É algo que nos afectou e como ficou por resolver, recalcamos essa emoção e depois ela insiste em voltar ao nosso presente embora já aqui não pertença.

É importante reconhecer esse corpo de dor, reflectir e questionar-nos sobre o que sentimos, e porque o sentimos, para assim conseguirmos reconhecer o problema e deixar de o recalcar. Porque quanto mais recalcamos um problema mais o alimentamos e mais ele nos persegue. Ao dar-lhe atenção e entendê-lo como e porquê, e reconhecê-lo como algo que não pertence mais ao presente, ele começa a desvanecer-se. 

As emoções negativas não são completamente dissolvidas se não forem totalmente encaradas e vistas exactamente como aquilo que são no momento em que surgem. Caso contrário, deixam para trás resíduos de dor. (Eckhart Tolle)

É devido a este corpo de dor que entramos facilmente em conflito connosco ou com quem está ao nosso lado. Porque o corpo de dor procura sempre manifestar-se. 

Antes de entrar em conflito, respire fundo, e veja se realmente vale a pena, e se não existe outro motivo (corpo de dor passado) para a sua indignação. A ansiedade e o corpo de dor atropelam o nosso presente. Se conseguirmos perceber isso, aos poucos vamos encarando o corpo de dor e os conflitos desvanecem-se naturalmente. Porque na realidade o presente costuma ser bom... a nossa mente é que, ora está no passado, ora está no futuro, e ambos não existem. Unicamente o presente existe. Por isso viva o presente da forma que gostaria que fosse o seu passado e o seu futuro, e assim se define a sua vida :)

Artigos Relacionados: 

Sem comentários:

Enviar um comentário