O estado do mundo, de uma forma geral, não é positivo, e nisso todos concordamos. Mas todos nós contribuímos para que isso aconteça, porque os problemas começam nas nossas vidas, nas nossas escolhas, e começam naquilo em que nos focamos.
Ao longo da nossa vida focamos a nossa atenção nos estudos, no emprego, dinheiro, casa, carro, mas é uma minoria que se dedica ao crescimento pessoal, ao crescimento espiritual que são a base para a ética, a moral, empatia, amor... Como sermos bem sucedidos sem estes valores?
Vivemos num mundo desorientado, desorganizado, egoísta, vingativo, onde o sofrimento impera. Mas não tem de ser assim.
Não existe crise financeira, nem problemas na vida das pessoas que não comece com uma crise ética e moral.
Então que fazer para ultrapassar isso? Todos sabemos a resposta: deixar de fazer o mal e começar a fazer o bem. Como distinguir o bem do mal? A consciência dá-nos sempre a resposta, basta escutá-la.
Esta reflexão é comum no meu dia a dia, mas hoje decidi escrever sobre o assunto devido às palavras de Henrique Pinto, da Associação Impossible, no programa Prós e Contras que dedicou o programa ao empobrecimento e solidão. Reconheço que não o conhecia, mas foi bom ouvi-lo. Fiquei admirada com a sua humanidade. Como tal, transcrevo algumas das suas palavras com as quais concordei absolutamente, onde ele destaca a falta de ética e moral como a base dos problemas da humanidade:
Nós somos pobres, não porque não temos dinheiro ou porque o dinheiro não chega. Sendo a pobreza uma questão estrutural, nós temos de ir às estruturas e reflectir o que é que está na génese disto tudo.
Desde que o dinheiro é dinheiro, desde que ele se tornou um bem a adquirir, um fim em si mesmo, que nós começamos a ser governados por um paradigma que é, o paradigma da idolatria do dinheiro, ao qual tem correspondido uma perversão da ética e moral.
Portanto, ao paradigma idolatria do dinheiro corresponde o abate do outro. O outro, ou trabalha para mim, ou me é subserviente, ou é meu aliado, ou então tenho que abatê-lo.
Nós tornamos o dinheiro um bem a adquirir e a depositá-lo nos bancos. Eu acabaria com o sistema económico financeiro, com os Bancos, porque o dinheiro vive circulando. Há muitos poucos incentivos ao investimento, há muitos incentivos à poupança. O dinheiro não existe para ser poupado, o dinheiro existe para circular. É esse o destino do dinheiro e, não ser um bem, um fim em si mesmo, e ser simplesmente medida de troca.
Estamos a perder o abraçar do paradigma da dignidade, da dignidade de todas as coisas: dos animais, das plantas, dos rios e dos mares. Todas essas tem dignidade. E a esse paradigma corresponderia, não a perversão da ética, mas corresponderia aquilo que eu chamo de ética da cooperação inclusiva. Nós então trabalharíamos e cooperaríamos uns com os outros.
Temos de investir na educação e na família, e não um investimento financeiro, mas sim um investimento com conteúdos. Precisamos colocar no lixo o paradigma do dinheiro e agarrar o paradigma da dignidade.
Ele referiu também que já não acredita na sua geração.
Acreditamos em nós mesmos? Se sim, então podemos acreditar num mundo melhor, pelo menos com a nossa iniciativa. E você pode fazer a diferença em si mesmo, de si mesmo faz a diferença na sua família, os membros da sua família farão a diferença no núcleo de amigos, e os amigos farão a diferença no seu núcleo familiar. Todos somos influência uns dos outros, seja para o bem ou para o mal. Vamos ser uma boa influência e assim começar-se-á a reconstruir um mundo melhor. Força de vontade e escutar a consciência são os trabalhos de casa para começarmos o nosso percurso. Seja aluno da escola da humanidade e transforme-se no mestre da sua vida e dos que o rodeiam.
Evite o mal, faça o bem, viva a vida extraordinariamente. (Lair Ribeiro)
Consciente ou inconscientemente somos todos Guru de alguém. Você dá conselhos e direcciona as pessoas. (Sri Sri Ravi Shankar)
Uma boa cabeça, um bom coração, formam um formidável combinação! (Nelson Mandela)
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